O calhau é uma espécie de lado B da mídia. Designa, no jargão jornalístico, matérias engavetadas e o lugar não preenchido pelos anunciantes. É também o nome do projeto de Facundo Guerra e Giselle Beiguelman, com direção executiva de Roberta Alvarenga, realizado pelo Vegas Club.

Entenda o projeto Calhau:
Não se trata de uma exposição virtual, mas sim de uma infiltração que ocupa os buracos da programação de anúncios de serviços noticiosos on line com banners criados por artistas convidados e também os dos painéis eletrônicos da Rede Eletromídia.Sem hora marcada para aparecer, nem posicionamento definido, o projeto Calhau apropria-se da temporalidade dos sistemas de rotatividade das propagandas, para encampar e assumir o lugar banal, a sobra, o resto, o refugo do e-biz.Paradoxal, aposta na desespetacularização da arte e permite/incentiva o auto-anúncio. Todo banner, pela regra, deve ter link. Recomendamos que seja para o site do criador, ou para algo que tenha relação com trabalho do criador convidado. Apesar disso, por que somos paradoxais e contraditórios, adoramos a idéia dos banners que não anunciam nada e sejam meramente contemplativos. Nada mais corrosivo do que a web sem click...O que importa é que Calhau é fragmentário e aderente ao sistema que corrompe. Corre o risco de não ser visto. Responde assim à lógica da web, confundindo os espaços da arte, do entretenimento, da propaganda, da informação, do convívio e do consumo.

Procure-nos nas ruas, nos painéis da rede Eletromidia

Curadoria
Giselle Beiguelman
Crítica Convidada
Priscila Arantes